Andrea Campos
Como uma Godiva
cavalguei teu sono,
pincelando sonho
na tua carne,
no torpor do desejo
fui verso tristonho
e em ti amanheci
quando já era tarde.
Montada em céu
na luz oblíqua,
qual serpentina
na madrugada,
teci o tempo
que se alucina,
fui tua menina,
demônio e fada.
Saltando em trote,
teu medo e gozo
arremessei
à minha garupa,
numa chibata
tocaste as nuvens,
noutra chibata,
a minha gruta.
Nesse delírio,
meu alazão
singrou tua pele
em mim tão nua
e selou a tinta
da ilusão
que o real fere
danada e crua.
Não sendo Godiva,
não sendo deusa,
não sendo lady,
não sendo dama,
sou a mulher
que te cavalga
e chama a chama
na tua cama.
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