Quando Setembro Chegar
Andrea Campos
Quando setembro chegar,
colherei flores azuis,
azuis da cor do mar.
Com um adorno de pétalas
enfeitarei teus pés
e vestida de anis
brincarei com o teu olhar.
Quando setembro chegar,
guiarei teus passos
por entre a névoa
e aquecerei teu rosto
com o hálito das borboletas.
De mim brotarão virgens ninfetas,
translúcidas, salivantes
a saciarem teus desejos outonais.
Quando setembro chegar,
em ti plantarei asas de vento,
serás mais veloz
que o pensamento,
livre para ser só paz.
E, então, te envolverei
com braços de primavera
e te farei adormecer
numa quimera
de tempos
que não voltam mais.
Como uma alquimista,
tornarei tua pele ar,
volátil para jamais me amar,
Ir esquecendo-me aos poucos
até nos perdermos de loucos
quando setembro chegar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário