segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Quando Setembro Chegar
                       Andrea Campos



Quando setembro chegar,
colherei flores azuis,
azuis da cor do mar.

Com um adorno de pétalas
enfeitarei teus pés
e vestida de anis
brincarei com o teu olhar.

Quando setembro chegar,
guiarei teus passos
por entre a névoa
e aquecerei teu rosto
com o hálito das borboletas.

De mim brotarão virgens ninfetas,
translúcidas, salivantes
a saciarem teus desejos outonais.

Quando setembro chegar,
em ti plantarei asas de vento,
serás mais veloz
que o pensamento,
livre para ser só paz.

E, então, te envolverei
com braços de primavera
e te farei adormecer
numa quimera
de tempos
que não voltam mais.

Como uma alquimista,
tornarei tua pele ar,
volátil para jamais me amar,

Ir esquecendo-me aos poucos
até nos perdermos de loucos
quando setembro chegar.



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