sexta-feira, 21 de outubro de 2016

     Sobre a tela "Uma Tarde de Domingo na Iha da Grande Jatte" de Georges Seurat.

"Uma Tarde de Domingo na Ilha da Grande Jatte" de 1885, do pintor Georges Seurat. Essa tela causou escândalo. O que vocês veem aqui? Uma cena de domingo familiar? Tudo o que parece é e tudo o que é parece que é?rs
Então vamos lá à Ilha da Grande Jatte?rs Uma moça "de família" do século XIX, talvez declinasse do convite...rs Nas proximidades de Paris havia muitas ilhas para onde os parisienses acorriam nos dias de domingo, principalmente no verão quando "il faisait beau". Muitas foram as telas pintadas nessas ilhas sobre o Sena: "La Grenouillère" de Renoir e de Monet, "Le déjeuner des canotiers" de Renoir e mesmo "Le déjeuner sur l'herbe" de Manet. Algumas dessas ilhas eram tidas como pontos de prostituição como ocorria com a Ilha aqui retratada por Seurat, a "Grande Jatte", uma ilha famosa à época por ser cheia de "mariposas" rs. Vamos identificá-las? No século XIX, moças não andavam desacompanhadas de seus familiares, a moça sozinha acompanhada de dois rapazes, sentada sobre a relva, revela essa sua condição de moça "livre". A moça em pé, acompanhada de um senhor, ao conduzir um macaco encoleirado, revela-nos que esse senhor é casado e ela é a sua cortesã ou concubina. Na beira do rio há uma moça pescando, em francês o verbo pescar é "pêcher", cujo homófono é "pécher" que significa "pecar"...E o que ela estaria, de fato, "pescando"?rs Claro que em meio a tudo há, inclusive, crianças, o que não tira o caráter principal dessa ilha, digamos assim, um caráter tão alegre...rs Muito menos tira a sacralidade dos domingos, como a do domingo retratado por essa obra-prima...

sábado, 1 de outubro de 2016

Identificando cada uma das pessoas retratadas na tela "Le déjeuner des canotiers" (1880-1881) de Pierre-Auguste Renoir.




O quadro que mais amamos é aquele cujo nossos olhos sobre ele se deitam pra sonhar e sobre ele se deitam pra acordar e verem o mundo. Esse quadro pra mim é o "Le déjeuner des canotiers" de Renoir, o pintor que amava pintar as pessoas. Passo agora a identificar cada uma das pessoas pintadas nesse quadro. O restaurante ficava em uma das pequenas ilhas sobre o Sena e chamava-se "La Fournaise". O homem, ao lado esquerdo da tela, de camiseta branca e chapéu de palha com um olhar que sobrevoa todo o ambiente, ninguém mais poderia ser do que o dono do lugar, Monsieur Fournaise. Baixamos os olhos e encontramos ali sentada, brincando descontraidamente com o seu cachorrinho, a mocinha de Montmartre, Aline Charigot, futura esposa de Renoir. Diante dela, também de camiseta branca e de chapéu de palha, o grande e então jovem pintor, Gustave Caillêbotte. Ao lado de Caillêbotte, de azul, a atriz Ellen Andrée chamada a ensinar à namorada de Renoir, alguma sofisticação. De pé, inclinado sobre a atriz está o jornalista italiano, Maggiolo. Por detrás desse grupo, de pé, como que tapando os ouvidos contra o assédio do rapaz que a enlaça pela cintura, está a também atriz, Jeanne Samary, que já havia tido um caso com Renoir. Em frente a ela, de chapéu coco negro, o especialista em ocultismo e em necromancia, Eugène Pierre. Sentada, bebendo uma taça de vinho, a bela Angèle, também mocinha de Montmartre, ao lado dela, o irmão de Renoir, Edmund. Também de pé e inclinada sobre o gradil do restaurante, próxima ao pai, a bela Alphonsine Fournaise. Ela conversa com o amigo de Renoir que preparou toda essa cena e que está sentado de costas para a mesa, o Barão Raoul Barbier. O banqueiro e patrono das artes, Charles Ephrussi, também se faz presente, como sói haveria de ser, ele porta uma alta cartola. E esse rapaz com quem ele conversa, quem é? O livro que tenho em mãos "Impressionism" de Engelmann, não nos informa. Pelo amor que eu tenho à arte e pelo amor que eu tenho ao quadro, arriscaria dizer que esse rapaz se chama Pierre-Auguste Renoir...