domingo, 25 de novembro de 2018


Delante de tus ojos
Cruzo el tiempo y ardo.

Renascida en tu memoria,
Soy una ola de oleo
Desplegada de tu deseo.

Las horas están descalzas
Encuanto palabras y imágenes
Cubren este instante vacío,
Sólo nos queda este sueño
Que explode como una rosa
Luciendo en la tarde el rocío.

Vuela!Vuela!
Y déjate ser el pájaro
Posado entre mis senos...

Mientras cae la noche
Y de sombras todo
El mundo es lleno,
Encendida en tí,
Embriágote de luz,
Soy día pleno.

Así, yo salto de lo retrato,
Abandonando la parede,
Me voy de la quimera al acto,
Golpeando hambre y sed.

Mírame!Mírame!
Sin la niebla ocultándome,
Cógeme en el camino,

Soy delirio, soy de carne,
Soy de furia, soy de aliento,
Mujer dulce, salvaje y loca

Y te conduzco en tu viaje
Y soy el beso de llegada
Que va cerrado en tu boca.

Andrea Campos



sábado, 24 de novembro de 2018


São caiadas, aguadas e com sal,
As paredes de teu corpo,

Barro amassado,
Tua argamassa
Em minhas mãos,

Vórtice do tempo,
Teu suor espargindo,
Tremulação,

Ardo, entonteio,
Implodo as tuas paredes:
Conjunção.

Andrea Campos



Para Hilda Hilst
                 Andrea Campos


Rútilo nada
Minha pele
Esgarçada,
Pó da estrada,

Eloí! Eloí!
Essa febre malsã,
Queima, ferve,
Corpo-alma: Canaã.

Vem e escorre!
Fluxo- floema
Molhando as bordas
Do poema,

Até que surges
E eu te aceno,

Me penetras
E desapareces:
Obsceno.




A lo lejos...

                Andrea Campos



A lo lejos hay un colibrí que canta,
A lo lejos...

Desde que soy tuya hay un sol
Que amanece à la medía noche
Entre mis senos...
Desde que soy tuya...

Sus rayos son tu aliento de brisa
Cogendo mi boca con tu sonrísa.

Nuestras palabras se hunden y se fuyen
Como la torrente de un río que nos recorta,
En éste río hay doz brazos,
Allí te quiero...
Nada importa.

Así corren las huellas de las horas,
Perseguiéndose,
Y tremblan tus flancos
Silencios mancos
Repetiéndose.

Entre gemidos insanos,
Non te olvides de la hambre:
Yo soy la luna de la noche
Blanca en sangre,
Dilatando entre tus manos.

Viene! Viene!
Y hacete agua
Que se esparce en mí
Desde luego...

Quéma! Quéma!
En mi vientre
Que te espera
En luz y fuego...

A lo lejos hay un colibrí que canta,
A lo lejos...








sexta-feira, 23 de novembro de 2018


Ele chega pelas beiras
da soleira e do meu corpo,

Ao enlaçar minha cintura,
prende-me a um tempo
sem relógio,

E é um ponteiro
de sua boca
que me penetra
o abissal
profundo,

Nesse beijo
badalam
as nossas
peles

e se inaugura
todo
o mundo.

Andrea Campos









Como uma cão farejadora...

Como uma cão farejadora
aspirei os miasmas
de seus poros

e rastreei o acridoce
derramado
em seus ganidos,

Quando na noite
ele se engana
no covil dos desvalidos,

sou eu a cão
que o desperta e chama
e alastra a sua flama

com meus latidos.

Andrea Campos







Costurando-nos

Madrugada
incontida,
nossas vozes
cerzidas,

pontos-cruz
vão bordando
pontos-não,
pontos-sim.

Nessas Vias
De-leite
de texturas-azeite,

vou pregando
alfinetes
em tuas
cavas-cetim,

E nossas
bainhas
dobrando
e o nosso
cós alinhando

um ziguezague
sem fim...

Andrea Campos




O que é o amor
senão uma espada nua
entre dois corpos
que em si pontua?

Sangue vermelho
que escorre do artelho,
fluido complexo,
amor é o reflexo
que cobre o espelho.

O que é o amor
senão uma palavra
cravada ao instante,
letra suada em lavra
num jardim flamejante?

Casto, delirante
penetrando o vazio,
o amor é o sagrado
forjado em seu cio.

Reticências, silêncios,
contos de exclamação,
amor é transubversão
entre o sim e o não.

Pulsa, clama e grita,
revira a rota e agita
toda uma constelação,

Amor é estrela e crepita
e nega a sua geração,

Pois só é amor
o que é de essência
infinita
e se inventa
e replica
à sua própria invenção.

Andrea Campos




Amor à la Mondrian


À Mondrian
amei teu corpo,
teus desvarios
e teus riscados,
língua e pele,
suor e porto,
naveguei
os teus quadrados.

Cores quentes,
linhas retas,
meus escudos,
tuas setas.

Pernas-horizonte
verticais,
neoplasticismos
radicais.

Branco-nude,
azul-fremente,
concretude,
vermelho-ardente.

À Mondrian,
pintada
em óleos,
pincelei
retângulos
com os
meus molhos.

Assim, soldei os
nossos corpos
com cola e tinta,
paz e libelo,

e te fiz
renascer
depois de mortos
e adormecemos
amar-elos.

Andrea Campos