sábado, 27 de novembro de 2021

 ASSIM ERA A CAPELA SISTINA ANTES DAS TINTAS DE MICHELÂNGELO - E parte da minuta do Contrato celebrado entre o Papa e o artista.





No Palácio Papal durante o século XV, o que havia era a Capela Magna que uma vez restaurada pelo Papa SISTO IV, foi renomeada em homenagem ao seu benfeitor de Capela "SISTINA".


Na restauração pretendia-se que a Capela emulasse as dimensões do Templo de Salomão tal como descrito no Antigo Testamento. 


Para a confecção dos afrescos nas paredes laterais foram convidados os grandes mestres da pintura da época, dentre eles, Pietro Perugino, Sandro Botticelli e Domenico Ghirlandaio. Sendo retratados em cada um dos lados da Capela, a vida de Moisés e a vida de Jesus Cristo, contrapondo-se, plasticamente, o Novo ao Velho Testamento.


Quanto ao forro, apenas ali havia representado um céu de esparsas estrelas. Michelângelo Buonarroti, que já atingira gloriosa reputação por ter esculpido a Pietá e o Davi, foi convocado para "ressignificar" o forro com a ideia original proposta pelo Papa Júlio II da pintura dos 12 apóstolos. 


A encomenda agastou Michelângelo, uma vez que o mesmo não se reconhecia como pintor e, sim, como escultor. Sem falar que o artista sentia-se sobremaneira frustrado, já que havia avençado preteritamente com o Papa, a confecção de sua espetacular tumba em mármore, cuja matéria-prima já houvera, pessoalmente, adquirido em Carrara. 


Diz-se que a mudança de projetos do Papa se deveu a uma armadilha tramada pelo invejoso arquiteto Bramante que pretendia desmoralizar Michelângelo e, confiando em seu fracasso na pintura do forro, havia convencido o Papa a insistir na contratação do florentino para a  consecução da obra. 


Entre discussões, brigas e fugas do artista, enfim, o Papa e um contrariado Michelângelo chegaram a um bom termo, tendo sido assinado e registrado o Contrato de Empreitada na promessa de que, chegado ao termo de sua execução, fosse retomada a confecção da Tumba faraônica.


Dos instrumentos contratuais, foi conservado apenas o primeiro recibo como vestígio nos Ricordi:


"... Neste dia 10 de maio em mil quinhentos e oito, eu Michelângelo Buonarroti, escultor, recebi da Santidade de nosso senhor papa Júlio II quinhentos ducados di chamera...por conta da pintura da abóboda da Capela de papa Sisto, para a qual começo hoje a trabalhar nas condições e acordos estipulados em uma escritura feita por monsenhor reverendíssimo de Pavia e subscrita por mim."

Vela e Desvela na Arte





 VELA E DESVELA NA ARTE


 Ao Analisarmos cuidadosamente, as obras "O Nascimento de Vênus" de Sandro Botticelli e a "Criação de Eva" de Michelângelo, embora a primeira seja uma representação da criação de uma mulher segundo a Mitologia Grega e a segunda , de acordo com o Gênesis Bíblico, ambas consideram que a vida é gerada a partir de um sopro.


Na tela de Botticelli, o sopro de vida emanado de Zéfiro confere movimento não apenas à Vênus, mas à toda a tela.


Agora, vos pergunto: A despeito de ter sido o seu corpo engendrado em uma costela de Adão,  como Michelângelo nos diz em seu desenho que a vida em Eva foi animada, também, por um sopro Divino?


Solução do Mistério: 😀


Michelângelo era um apaixonado pela fisiologia humana, tendo feito inúmeras dissecações de cadáveres às escondidas. O corpo humano sempre foi a sua maior inspiração.

Para ilustrar que Eva também foi criada por um sopro Divino, Michelângelo desenha Deus na forma de um pulmão e a árvore que habita a cena, e sobre a qual Adão repousa, nada mais é do que a árvore brônquica...