E o Obelisco da Place de la Concorde sofreu censura!
Como todos nós sabemos, o obelisco instalado na Place de la Concorde no mesmo local onde milhares de cabeças humanas viram a luz do sol por vez derradeira, foi um presente do Egito à França, mais especificamente, do vice-Rei do Egito, Ehmet Ali, ao rei francês, Luís Filipe I, corria a ano de 1829.
Originariamente, o obelisco junto ao seu irmão gêmeo, adornava a entrada do Templo de Luxor . Assim como, originariamente, seriam ambos oferecidos em regalo, mas, em razão de dificuldades logísticas quanto ao transporte, a França declinou do par, ficando com um obelisco ímpar.
Foram dois anos para que o obelisco desembarcasse entre os francos, após singrar o rio Nilo, o mar Mediterrâneo e o rio Sena . No entanto, após depararem-se com a base do obelisco, o rubor espraiou-se nas faces dos pudicos franceses o que os fez amputá-la a fim de que melhor atendesse aos reclames da moral e dos bons costumes.
E o que havia de tão escandaloso na base desse fruto do máximo engenho humano de mais de 3.000 anos de idade? Aquilo para o qual folhas de parreira não seriam suficientes para amainar tão e tanta imagem do pecado:
A representação de homens em nu frontal esculpidos na argila.
Uma vez extirpada a base, foi colocada uma outra, expressão pura do racionalismo cartesiano, informando-nos sobre o transporte e a ereção do monumento.
E o que foi feito da base rejeitada e os seus homenzinhos com suas partes pudendas soltas ao sabor dos ventos? A que continuou em Luxor, esgueira-se ao sol e molha-se com as chuvas como o faz, literalmente, há milênios. A que foi capada foi jogada aos salões do Louvre, esse museu que dá asilo aos enjeitados e acoita as perdições do mundo...😄