sexta-feira, 23 de novembro de 2018


O que é o amor
senão uma espada nua
entre dois corpos
que em si pontua?

Sangue vermelho
que escorre do artelho,
fluido complexo,
amor é o reflexo
que cobre o espelho.

O que é o amor
senão uma palavra
cravada ao instante,
letra suada em lavra
num jardim flamejante?

Casto, delirante
penetrando o vazio,
o amor é o sagrado
forjado em seu cio.

Reticências, silêncios,
contos de exclamação,
amor é transubversão
entre o sim e o não.

Pulsa, clama e grita,
revira a rota e agita
toda uma constelação,

Amor é estrela e crepita
e nega a sua geração,

Pois só é amor
o que é de essência
infinita
e se inventa
e replica
à sua própria invenção.

Andrea Campos



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