domingo, 1 de agosto de 2021

 ARTE E MODA

"Casal Arnolfini"(1434) de Jan van Eyck. National Gallery, Londres.




Trata-se de um casal que está contraindo núpcias (percebam a presença do celebrante através da imagem refletida no espelho pendurado na parede).
Talvez levemos algum tempo para nos darmos conta da celebração porque o vestido da noiva é verde e não branco como foi, recentemente, convencionado.
Digo, recentemente, porque foi apenas no século XIX que a rainha Vitória inaugurou essa tradição em suas próprias bodas. Antes disso, o vestido branco não tinha qualquer conotação de pureza ou virgindade da noiva, mas sim, era indicativo de "pobreza", de status social inferior de quem o vestisse, uma vez que não teria recursos para adquirir tecidos tingidos.
Os tecidos tingidos de verde e de vermelho eram os que compunham os trajes da alta aristocracia como no caso da noiva Arnolfini pintada por Van Eyck em 1434. Sendo que a cor vermelha, mais que as demais, promoveria a purificação e a transcendência.
Podemos, assim, inferir o valor que tinha a tinta encarnada obtida de nosso hoje quase extinto pau-brasil que saiu de nossas matas para tingir as vestes de Reis, Rainhas, Papas e do bispado. E, claro, os vestidos das noivas da alta corte que eram pela cor vermelha mais virginalizadas do que afogueadas.

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