Enlevada em nostalgia pelo conto "Banhos de Mar" de Clarice Lispector, faço uma arqueologia de minha infância e dos veraneios que passava com a minha família nas praias nos arredores de Olinda. Tateio na minha estante o meu primeiro manuscrito com meus poemas e versos. Num desses veraneios, apaixonei-me e, aos onze anos, escrevi o meu primeiro poema de amor. Transcrevo-o aqui, incluindo tudo, inclusive a saudade oceânica e os erros de grafia...
Fascínio
"Embaixo dos coqueiros brandos,
pude enxergar teus olhos brilhando
e embaixo das águas do mar
pude contigo começar á sonhar."
"Ouro! Sim, assim podia enxergar teus
cabelos, dourados, dourados
como o sol á brilhar."
"Teus olhos pareciam amêndoas,
amêndoas jogadas do céu
que, quando penetravam em meus olhos,
deles caíam mel!"
"A tua voz era o encanto,
o encanto dos pássaros á cantar,
pois a tua voz com á do rouxinol
podia se comparar."
"Tua pele me fascina como as noites
de luar,
e meus olhos te rodeiam como barcos
á te navegar."
"Porém, um dia, partiste e
senti um vazio á me ocupar,
os meus olhos por ti lagrimejaram
e todos os teus sentidos me encantaram.
Mas me sinto contente por poder
por tí:
Me encantar!
Por tí lagrimejar,
E por fim...
"Por tí me fascinar!"
Andrea Campos
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