Estou cansada
e arrasto em mim
o peso do delírio
carcomido.
Sonhos pútridos,
velas acesas
esquadrinham desejos
carpindo memória.
Estou cansada
e recolho as poças
d'água que sangram
de minh'alma.
A hora me esmaga
e me esgarço
contra a parede
do tempo.
Tertúlias mortas,
begônias esquecidas
ensaiam o acorde
final.
Estou cansada
e entre os que creem
e os que não creem
sequer os deuses me veem
no instante do golpe fatal.
Andrea Campos
Arantza Sestayo |
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