Versos Felinos
Andrea Campos
Peles, torsos, ancas,
clara neve,
vales derrapantes,
incertezas.
Precipícios de sonho,
triste beleza
aonde livre me lanço
pra ser tua presa.
Devora-me
ou
Decifro-te.
Farejando memória
da pele,
mastiguei a carne
do tempo.
Abocanhar o ser
no não ser:
perigo é não viver.
Amar é,
a um só tempo,
caçar e ser caça
rendida a esse fato.
Melívora,
te abato.
Retalhar teu corpo
com as garras molhadas,
lamber teu sangue quente.
Arder no mais profundo
desse corte.
Fatiar a dor
e te salvar da morte.
Arquejante,
arrepiar o instante,
avançar num grito,
bramir o gozo da fera
e saltar o espaço infinito.
Esse espírito felino está presente em tua escrita, de hoje, de sempre, vivaz, poderoso, inquisitivo, uma ânsia da vida e suas descobertas, que cativa o leitor, que incomoda o insensível e encanta o sábio. Isso é Andrea.
ResponderExcluir~ * ~
ResponderExcluirFeliníssima Andrea!
;)
*