sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

 "ROSA E MOMO": SOPHIA LOREN , ALTIVA, POTENTE E BELLA ÀS VÉSPERAS DOS 90 ANOS DE IDADE.






Nesses dias tão cheios de notícias e cansaço, com agradável surpresa deparei-me com esse belo presente que nos foi ofertado por La Loren: um novo e sensível filme estrelado pela diva e estreado nos cinemas e na Netflix no mês passado.
O filme traz todos os condimentos para um tempero de resistência e enfrentamento à onda obscurantista atual: A protagonista é uma bela e potente mulher no auge de seus quase noventa anos de idade (mesmo que com problemas de saúde) e o papel feminino coadjuvante é estrelado por uma mulher trans (assistam no idioma original ou não o perceberão). Ambas são prostitutas, sendo que a primeira, uma judia sobrevivente do holocausto, é aposentada e vive de cuidar dos filhos abandonados de outras prostitutas. Prostitutas árabes, judias, muçulmanas. Junto às crianças e à sua vizinha trans, formam o que seria uma família "não tradicional" estabelecida por correntes e laços de solidariedade e afeto. Até que um dia lhe chega um menino negro, senegalês e muçulmano. Filho de uma prostituta precocemente assassinada por seu companheiro cafetão... E que está se iniciando no tráfico de drogas...
O roteiro parece-lhe pesado? Pois com tudo isso, o filme "Rosa e Momo", cujo título original nos diz mais sobre o seu enredo "A vida antes de ser" (La vita davanti a sé), em inglês "The life ahead", é um caldo de leveza, sensibilidade e esperança para os tempos que correm. Para esses dias de quarentena, pandemia e lonjuras, quando chegamos quase ao fim de um árduo e pedregoso caminho, "Rosa e Momo" nos traz a mensagem de que atravessamos uma longa noite de uma vida que é vestíbulo da Vida, vida que ainda não é, mas que será outra Vida e a vida mesma, no amanhecer.

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