terça-feira, 30 de junho de 2015

A representação da pessoa de cor negra na arte de Paul Cézanne (Aix-en-Provence 1839 - 1906).

Os negros estão, geralmente, ausentes nas pinturas impressionistas e pós-impressionistas. Arriscaria dizer que estão ausentes em boa parte da história da arte européia, apesar de não terem estado ausentes da Europa. Em uma das exceções do impressionismo, na "Olympia" de Edouard Manet, aparece uma negra em posição subserviente. Cézanne também retrata os negros em posição de subserviência, posição que ocupavam naquelas sociedades e os retrata mais de uma vez. No entanto, no retrato do Negro Cipião, uma de suas obras-primas, o negro deixa de ser uma figura coadjuvante e assume a centralidade do quadro e da atenção do pintor.









O que eu achei interessante nas duas telas aqui postadas, nas quais as pessoas de cor negra estão em posição de subserviência, é que elas estão participando de encontros idílicos de casais sobre a cama em máxima intimidade, sejam abraçados, sejam nas posições de exibicionista e de voyeur. Ou seja, aqui o negro é o subserviente que atua, que integra e protagoniza a cena íntima como um "terceiro". Daí vem uma questão não apenas de lugares sociais, mas também de lugares sexuais. Os quadros não deixam de tratar de encontros sexuais a três. Mas isso pede um outro estudo... Depois de ter feito essas ilações fiquei até em dúvida se Cézanne pintou nessas telas as pessoas negras como coadjuvantes... Acho que elas estão mais para serem um dos três protagonistas da tela, "fantasiadas" pela realidade o que é diferente de "realizadas pela fantasia"... E "fantasiadas pela realidade" também já pede outro estudo...rs


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