Ao Pintor
Andrea Campos
Amálgama de cores
em um caleidoscópio
idílico
de metamorfoses
constantes.
Sombra e luz
sobre um
espantalho de gravata,
azul como terraços
ao vento.
Tintas de riso
e solidão
pintadas
sobre um tapete
de sonhos.
Paisagens de mãos dadas
a navegarem olhares
esquecidos,
Corpos nus e redimidos
tatuados nas
paredes
da pele.
Horas que se perdem
e se entrecortam
no vazio frio das telas.
E a tua face transfigurada
a arquitetar novas formas
pra vida.
É assim, mesclado em tinta,
tempo e gozo
que te contemplo
a drenar paixões,
a vestir tardes enevecidas
e a derramar sobre o branco,
o sentimento infinito.
Do livro "Olhos sobre Tela", 2002, Companhia Editora de Pernambuco.
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