segunda-feira, 17 de agosto de 2015

                         Brasil.
                             Andrea Campos


Fruto não de um amor sincero,
mas de um encontro casual,
ambição da nobreza e clero
conduzida por Cabral.

Relegado como indigente
por não teres as 
partes pudicas,
nadaste contra
essas gentes,
seviciado
pelas mais ricas.

De início eras
a  Cruz,
fosse Vera, 
fosse Santa,
num calvário
de ferida, 
morte e vida,
dor e pus,
não compreendeste
pelo espelho
tua face e corpos
nus.

Liberto pela própria
natureza,
cantado
por tua impávida
beleza
foste, enfim,
condenado
por teu codinome
verdeazulvaronil,
madeira que a muitos
locupleta e
a outros mata de fome.

Será preciso mudar 
teu nome
pra não sucumbires
ao que é vil,
pra não seres 
o que se rouba,
o que se oferta
e se consome
espoliado Pau-Brasil?











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