Brasil.
Andrea Campos
Fruto não de um amor sincero,
mas de um encontro casual,
ambição da nobreza e clero
conduzida por Cabral.
Relegado como indigente
por não teres as
partes pudicas,
nadaste contra
essas gentes,
seviciado
pelas mais ricas.
De início eras
a Cruz,
fosse Vera,
fosse Santa,
num calvário
de ferida,
morte e vida,
dor e pus,
não compreendeste
pelo espelho
tua face e corpos
nus.
Liberto pela própria
natureza,
cantado
por tua impávida
beleza
foste, enfim,
condenado
por teu codinome
verdeazulvaronil,
madeira que a muitos
locupleta e
a outros mata de fome.
Será preciso mudar
teu nome
pra não sucumbires
ao que é vil,
pra não seres
o que se rouba,
o que se oferta
e se consome
espoliado Pau-Brasil?
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