"Uma Dança para a Música do Tempo" de Nicolas Poussin.
Ao som dos acordes do Pai Tempo que se faz acompanhar de uma criança a verter uma ampulheta, a Riqueza, a Pobreza, o Trabalho e o Ócio bailam de mãos dadas mimetizando a Roda da Fortuna.
Atento ao instante, à esquerda da tela, o deus Jano, regente do mês de Janeiro, posta as suas duas faces sobre um pilar de pedra. A sua face jovem mira o futuro; a sua face antiga contempla o passado. Os romanos rogavam a Jano pelas bênçãos para cada novo ciclo, para cada nova etapa e para cada novo Projeto.
Aos pés de Jano, distraidamente, um menino sopra bolhas que rebrilham e logo se dissolvem no ar, anunciando a brevidade da vida.
Sobrevoando a cena, desliza a carruagem do deus Apolo, tendo as bailarinas Horas em seu séquito.
Como sua Abre-Alas, Aurora, a deusa do amanhecer, vai descortinando as manhãs e varrendo dos caminhos as sombras das noites. Com mãos altivas e generosas tapeteia o destino humano com pétalas de rosa.
Por fim, o deus Apolo sustenta um círculo em seus braços, a anunciar que a humana fugacidade não é nada mais que um passo de dança a compor o balé da Eternidade.
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