terça-feira, 4 de janeiro de 2022


 O tempo passa, nos inaugura e corta, 

Vai o tempo nos carcomendo pelas beiras,

O tempo nos exorta do vazio  das trincheiras. 


O tempo é a aorta 

onde passeia vermelha a vida, 

O tempo não suporta 

quem enganou sua ferida, 


Mas, quando o tempo, inclemente,

Fechar-me a porta,

Saberei ser alheia ao tempo 

que me aborta, 

Então nunca digas:

"Ela está morta",

Como um Prometeu que traz  o fogo em sua pira, 

Viva estarei se a poesia em mim respira.

Andrea Campos


*

Photo: Nathalie Roze

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