domingo, 26 de abril de 2015

                                                        A Onça


Meu amor corre incessante ao abismo,
Por instantes paro, calculo e cismo,
Circulando como a onça enjaulada,
Presa no cio, vontade acorrentada.

Sigo pisando em pétalas de vidro,
O sangue escorre tênue de minh'alma,
Dos olhos brotam o fogo e o hidro
Que me molha e por momentos me acalma.

E na corrida deste amor que é meu fim,
Rumo ao abismo, preparando o bote,
Impulso me faz saltar, ai de mim!

Felina, engulo na saliva, o mel...
Nele despenco pra que a dor se esgote
E me transforme em migalhas de céu.

Andrea Campos



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