O que fizemos contra os índios no Brasil foi um verdadeiro genocídio. Mas, no dia de hoje, no qual comemoramos o "Dia do Ìndio", vamos lembrar das índias que possibilitaram que os portugueses e os índios estabelecessem a "paz" e o país fosse colonizado. Em São Paulo, na Capitania de São Vicente, tivemos a índia Bartira. Como pernambucana falarei sobre a índia Arco-Verde. Ambas são consideradas umas das "mães do povo brasileiro", infelizmente, pouco lembradas. Mas com a minha flecha que nunca negará meus ancestrais, lanço, aqui a sua presença.
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Albert Eckhout |
Quando o donatário Duarte Coelho veio para Pernambuco em inícios do séc. XVI, trouxe consigo a sua esposa e o seu cunhado, Jerônimo de Albuquerque. Grande parte do território da Capitania de Pernambuco, cujo nome, inclusive é indígena e significa "cova do mar" em razão dos arrecifes, era ocupada pelos índios Caetés. Esses índios eram guerreiros, estrategistas e, dificilmente, abririam mão de suas terras. Dominar Pernambuco significava, então, vencer os Caetés. Fez-se a luta, estando o lado português liderado por Jerônimo de Albuquerque. Os portugueses perderam, Jerônimo foi capturado e preso para ser devorado pelos Caetés, que eram canibais, no dia seguinte. Ocorre que o fato de serem canibais não os faziam menos gentis e a última gentileza feita pelos Caetés ao prisioneiro, às vésperas de ser devorado, foi oferecer-lhe uma índia da tribo para que com ele passasse a noite. Foi-lhe, então, oferecida a filha do cacique, a índia Tabira, chamada de "Arco-Verde". Mas coração de índio quando não se enterra na curva de um rio, apaixona-se. E Arco-Verde apaixonou-se ardentemente pelo prisioneiro. Na manhã seguinte à noite de amor, pediu clemência ao seu pai cacique, para que poupasse a vida do homem branco, o que foi feito. Arco-Verde uniu-se a Jerônimo, fez-se a paz entre os portugueses e os Caetés e Duarte Coelho pôde, enfim, colonizar a capitania. Arco-Verde e Jerônimo tiveram oito filhos, todos ascendentes das atuais e numerosas famílias Cavalcanti, Albuquerque e Arcoverde. Depois Jerônimo abandonou a índia que lhe salvou a vida a fim de se casar com uma nobre portuguesa.
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