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Victor Meirelles |
Moema de
Caramuru
Furtivo o sol,
por entre a selva,
nos teus olhos
uma mancha de
céu me perseguia
e eu, airosa
índia, tez da relva,
na indolência da
tarde
de ti fugia...
Jorrado em
sêmen, o teu anzol
fisgou meu
ventre
que não sacia,
fazendo-me tua
no arrebol,
vestindo-me as
penas
que eu não
queria.
Assim, na noite,
o branco em
chamas,
flama em teu
corpo me possuía,
com a manhã
aprisionaste
o meu amor
que já ardia,
até partires,
ceifando em sangue
um coração
que se partia.
Em desespero,
lancei-me ao mar
que aos teus
braços
me levaria,
sonhando o amor
quis te buscar
onde jamais
me buscarias.
sonhando o amor
quis te buscar
onde jamais
me buscarias.
Ao te avistar
em teu navio,
nadei com o
ardor
da vã poesia
e fatigada,
fui me afogando,
enquanto, ao
longe,
inanimado,
o teu olhar se
despedia.
Andrea Campos
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